Friday, January 26, 2007

A Força Econômica do Tabaco - ZH

JULIANA BUBLITZ

Dissipadas as nuvens escuras que pairavam sobre a fumicultura nos últimos dois anos, 2007 começa com melhores resultados e previsões positivas, tanto para as empresas quanto para os agricultores do setor.

Basta percorrer a zona rural do Vale do Rio Pardo, onde a produção do tabaco continua sendo o motor da economia regional, para perceber que a paisagem agrícola pouco mudou. As folhas verdes e largas de milhares de pés de fumo permanecem impressas na fisionomia das propriedades.

De sol a sol, os agricultores repetem o ritual centenário da colheita, secagem e preparação dos fardos. Nas estradas, dezenas de caminhões seguem rumo às indústrias fumageiras, que recebem a matéria-prima do cigarro às toneladas, diariamente.

Nem a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, ratificada pelo Brasil no final de 2005 e que prevê a gradativa erradicação do produto no mercado mundial, parece surtir efeitos imediatos sobre o setor - exceto pelos incentivos à diversificação, que vêm se ampliando. Além disso, 2007 chegou com boas-novas, a começar pela qualidade da safra. Embora ainda não tenha chegado ao fim, a colheita mostra-se superior em relação à última temporada, quando o tempo acabou comprometendo os resultados finais.

Folhas vistosas e aromáticas significam boas vendas para o produtor rural e, conseqüentemente, promessa de grandes negócios para as empresas.

- Em função da melhor qualidade do fumo e da boa produtividade deste ano, toda a cadeia vai se beneficiar. A perspectiva, nesse sentido, é muito positiva - afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), Iro Schünke.

Até março, 184 mil famílias dos três Estados do sul do Brasil deverão colher cerca de 715 mil toneladas do produto, numa área plantada de 354 mil hectares. Os números, apesar de altos, apresentam um pequeno declínio em relação à safra passada. No entanto, para o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Laurindo Drescher, o resultado se deve a uma readequação de mercado.

- Tudo indica que o fumo tem longa vida no Brasil, desde que continue apresentando esses resultados - aposta Drescher.

( juliana.bublitz@zerohora.com.br )

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